Como Cuidar da Diabetes?
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Você ou uma pessoa querida receberam o diagnóstico de diabetes? Para muitos, a primeira coisa que vem à cabeça é a perspectiva de uma vida com alimentação sempre sem graça e controlada. Mas não precisa ser assim!
Neste artigo, veremos que a primeira coisa que a pessoa com diabetes precisa fazer é mudar o jeito de encarar as coisas. Para cuidar da diabetes não é preciso necessariamente fazer sacrifícios: a ideia é redescobrir o real prazer de comer, desfrutando dos sabores e aromas naturais dos alimentos.
De cara, iremos descrever o funcionamento desta doença e veremos aspectos gerais de como cuidar do diabético sem perder qualidade de vida. Vamos lá?
Conteúdo deste artigo
Cuidados com a Diabetes
A pessoa que apresenta diabetes mellitus não consegue ter um aproveitamento do açúcar ingerido e que circula no sangue. Essa doença provoca alterações agudas e crônicas no organismo e, como conseqüência, modifica a forma de utilizar os açúcares ingeridos numa dieta normal, que têm o objetivo de produzir a energia necessária para viver.
Em função do aumento da glicose no sangue, o corpo passa a excretar mais açúcar pela urina e a urinar com mais frequência – esse sintoma é chamado de poliúria. Aliás, é daí que vêm o seu nome: o termo “diabetes” tem origem na Grécia Antiga e significa a “passagem por um sifão”. Durante sua longa evolução, a doença também pode afetar o metabolismo das gorduras e proteínas.
Existem dois tipos principais de diabetes mellitus, o tipo 1 e o tipo 2. Há ainda outros tipos específicos, como intolerância à glicose, diabetes na gravidez e diabetes originado por doença pancreática. Seja qual for o tipo de diabetes que você apresenta, é essencial fazer um controle, supervisionado por seu médico, tanto do açúcar no sangue como das gorduras, do colesterol e das funções de todos os órgãos que podem ser afetados pelo diabetes, para que você possa se manter saudável. Lembre-se de que o diabetes controlado é fundamental para a sua saúde a curto e longo prazo.
Diabetes mellitus tipo 1, ou dependente de insulina
A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas, responsável, entre outras coisas, pela entrada do açúcar que está no sangue nas células do organismo onde vai ser aproveitado. No diabetes tipo l, a produção de insulina é deficiente ou nula. Por isso o organismo não aproveita o açúcar que está no sangue. Esse tipo de diabetes, com sintomas mais pronunciados, é mais comum em indivíduos jovens e crianças. Cerca de 5% a 10% dos pacientes diabéticos apresentam essa forma de doença, cujo tratamento exige a reposição obrigatória de insulina.
Diabetes mellitus tipo 2, ou não-dependente de insulina
No diabetes tipo 2, embora o pâncreas produza insulina, ela se encontra em quantidade muito baixa ou não é eficiente. Em alguns casos, em obesos, essa deficiência é relativa, ou seja, existem mais células do que insulina e o pâncreas não consegue fazer mais hormônios. O diabetes tipo 2 costuma aparecer em indivíduos com mais de 40 anos, embora possa ocorrer em pessoas mais jovens.
A maioria dos pacientes que apresentam o diabetes tipo 2 com diagnóstico recente costuma ter excesso de peso e pode controlar a doença por meio de emagrecimento e dieta. Em certos casos, a fim de atingir o controle da glicemia, pode ser necessário lançar mão de remédios por via oral que ajudem a produzir insulina (os hipoglicemiantes orais) ou então utilizar a insulina na forma injetável.
Sintomas de Diabetes
Tipo 1 | Tipo 2 |
Rápida perda de peso | Vista embaçada |
Fadiga ou cansaço | Polifagia (muita fome) |
Polidipsia (muita sede) | Dormência nas mãos e nos pés |
Poliúria (urinar muito e com freqüência) | Infecções freqüentes (gengivas, bexiga, rins, genitais, pele) |
Dor de cabeça, náuseas e vômitos | Cicatrização lenta de feridas |
Disfunção erétil | Pele seca e com coceira |
Fisiologia da Diabetes
Metabolismo da Glicose
1 – Os carboidratos (açúcares e amidos) que são ingeridos por nós através dos alimentos são degradados no estômago e no intestino, transformando-se em glicose.
2 – A glicose é transportada através da corrente sanguínea do intestino até o fígado, onde é armazenada. A glicose é uma importante fonte de energia.
3 – O pâncreas, através da insulina, controla a quantidade de açúcar que é armazenada e liberada no fígado, para ser utilizada em todo o organismo.
4 – A insulina exerce também um controle sobre as células das fibras musculares, do tecido adiposo, dos rins e em outros orgãos. Quando os níveis de insulina não são adequados, essas células não absorvem o açúcar da corrente sanguínea e conseqüentemente não recebem uma nutrição adequada.
Regulação da Glicose
Mantêm-se níveis adequados de açúcar ou de glicose no sangue ou no plasma de acordo com as necessidades de energia do organismo. O médico pode controlar o nível de glicose através de um teste denominado hemoglobina glicosilada.
Problemas que Aparecem a Longo Prazo
O excesso de açúcar no sangue do diabético pode danificar os pequenos e grandes vasos sanguíneos e os nervos. O diabetes também pode enfraquecer a capacidade do organismo de enfrentar as infecções. Os danos nos pequenos vasos podem levar a lesões isquêmicas (falta de sangue e de oxigênio) nos olhos, nas extremidades dos membros, no pênis, nos rins, nas coronárias e no cérebro, ocasionando catarata, perda da visão, impotência, infarto, insuficiência renal, derrames etc. Os danos nos grandes vasos sanguíneos podem levar a infecções e amputações de membros. As lesões nos nervos podem provocar dormência e perda de sensibilidade de regiões do corpo, e a pessoa pode se machucar sem sentir.
Retardar ou mesmo evitar o aparecimento desses problemas só é possível com o controle da glicemia. Por isso ele é tão importante.
Modificações Saudáveis no Estilo de Vida
O paciente deve conhecer o máximo possível sobre sua doença, pois esse aprendizado proporcionará as informações necessárias para que ele possa controlar de maneira eficiente e cuidar da diabetes efetuando alterações saudáveis em seu estilo de vida.
Quais os cuidados que uma pessoa com diabetes deve ter?
- escolher uma dieta balanceada, rica em carboidratos complexos (cereais, arroz, milho, centeio, cevada), legumes e tubérculos (batata, batata-doce, mandioca, beterraba);
- diminuir a ingestão de carboidratos simples e açúcares (cana-de-açúcar, mel, bala, sorvete, chocolate, bolo, pudim, refrigerante);
- restringir as gorduras em sua dieta;
- alimentar-se rigorosamente no mesmo horário e fracionar as dietas;
- realizar exercícios físicos de baixo impacto (caminhada, natação ou ciclismo).
É muito importante seguir as instruções de seu médico e manter um controle regular com a equipe de profissionais especialistas no tratamento do diabetes. Antes de iniciar qualquer tipo de dieta e/ou uma programação de exercícios, o paciente deverá receber orientação na consulta com o médico.